segunda-feira, 25 de julho de 2011

Tal infância.

Soltar pipa, comer pipoca, correr atrás de bola, cair, levantar, chorar, abraçar, calar e recomeçar. A infância deixa um gosto de saudade em todos aqueles já passaram por essa etapa maravilhosa da vida e que dela pode gozar intensamente.

Existem aqueles que não têm o prazer de vivenciar as maravilhas desta fase da vida e são obrigados a trabalhar arduamente para sustentar as suas famílias. Ferindo assim o Estatuto da Criança e do Adolescente, que foi criado no final do século XX, com a constituição de 1988, que nada mais é do que um conjunto de leis com o objetivo de defender os direitos dos mais jovens.

Crianças que são colocadas a margem da sociedade, expostas as mais diversas intempéries da vida para garantir assim, o pão que saciará a fome da sua família.

Jovens que vivem dia após dia em sinaleiras recebendo centavos pelos trabalhos/serviços prestados e no final do dia, ainda terão que prestar contas do que foi adquirido. Funciona como uma empresa que tem “metas a bater”, onde os trabalhadores terão que fazer de tudo para atingir os números em reais R$, desejados pelo patrão/corporação.

Esse é um grande problema social que o Brasil enfrenta há muitos anos. Crianças violam os seus corpos e suas mentes em busca de melhores condições de vida. Não é difícil presenciarmos situações de extrema ignorância e exploração da mão de obra infantil.

Indo ao centro da cidade, podemos notar a quantidade de crianças que estão nas ruas, levando nas mãos, balde e bucha para lavar os carros nos segundos em que o semáforo está no vermelho. Essas crianças deveriam carregar nas mãos ao invés de balde e buca, lápis e caderno, e prestar contas apenas das atividades que foram atribuídas pelos professores.

Pular de corda e amarelinha, comer algodão doce e viajar no mundo da imaginação é um privilegio de pouco, em muitas histórias infantis da vida real a magia dos contos de fadas não tem vez. Nessas histórias João é pai e marido de Maria, e Maria por sua vez é a mãe e mulher de João.

Como diz um texto muito conhecido de Elisa Lucinda. “Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais”.

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